A compulsão alimentar é caracterizada pela ingestão, num período determinado de tempo (a cada 2 horas, por exemplo), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período e sob circunstâncias semelhantes. É acompanhado por um sentimento de falta de controle sobre a ingestão, seguido por tristeza e culpa. Episódios recorrentes podem levar ao Transtorno de Compulsão Alimentar, que exige tratamento multidisciplinar.
Durante um episódio de compulsão alimentar, a pessoa pode comer na ausência de fome, até sentir-se desconfortavelmente cheia. É muito comum que ela opte por comer sozinha, por vergonha da quantidade ingerida. Normalmente, os alimentos escolhidos são os que não precisam de preparo – biscoitos, leite condensado – onde nem talheres são necessários; o consumo é feito na própria embalagem.
A compulsão alimentar pouco tem a ver com fome, mas com a dificuldade em gerir emoções. Muitas vezes, a comida é utilizada para auto-regulação emocional, onde a pessoa busca no ato de comer o alívio para uma situação de estresse, como um dia difícil no trabalho ou a briga com um familiar. É comumente associada a outros transtornos de humor e ansiedade. A baixa auto-estima é um fator presente em todos os transtornos alimentares, se apresentando a partir de crenças de desvalia, incompetência e fracasso e pensamentos disfuncionais sobre peso, alimentação e formato corporal. Tentativas de emagrecimento fracassadas também acabam por reforçar a baixa auto-estima.
Frente à incapacidade de lidar com uma adversidade em geral, o alimento vem para “tamponar” um sentimento negativo, como a tristeza, a ansiedade ou o tédio, onde muitas vezes a pessoa sequer reconhece que esteja sentindo. E quando reconhece, utiliza como justificativa pelo ato de comer: “estou estressado, tive um dia ruim no trabalho, mereço comer o que eu quiser”. Isso acaba por ser um “gatilho” para a compulsão alimentar, seguido pelo sentimento de culpa e, assim, reforçando a baixa auto-estima, num ciclo vicioso. Portanto, é importante que ela passe a ter uma maior consciência acerca de seu comportamento alimentar. Que comece a identificar gatilhos que a levam a ter um episódio de compulsão, quais sentimentos estão associados, em que período do dia acontece com maior frequência e o que pode estar relacionado a isso.
Registros de auto-monitoramento são excelentes recursos para que se possa identificar qual foi o verdadeiro problema enfrentado, que alterou seu humor (deixou triste, estressado, com raiva), no qual foi “compensado” com a comida. Quais alternativas podem ser utilizadas para resolver esse problema em específico, já que “tamponá-lo com a comida” não fará com que ele seja solucionado? Aumentando-se a consciência, cria-se estratégias para enfrentamento. O profissional psicólogo é primordial para auxiliar neste processo, que contará também com o auxílio de uma equipe multidisciplinar para tratar todos os fatores que envolvem o transtorno alimentar.
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