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Habilidades sociais: Enfrentando críticas de forma assertiva | Psicóloga Maisa Lanzarin

Nem sempre lidar com uma crítica é tarefa fácil. Ignorar ou negar-se a discutir sobre o assunto faz com a situação permaneça sem resolução. Já tentar desculpar-se de forma diminuir a importância do que foi criticado pode ser interpretado como invalidação dos motivos de quem critica. Há os que respondem a crítica com outra crítica, causando danos às relações interpessoais. Então, como enfrentar uma crítica de forma assertiva?


Antes de mais nada, é preciso reconhecer que nosso comportamento pode ter sido um problema a alguém e ter a consciência de que a pessoa que criticou tem o direito de ter uma opinião. No entanto, podemos estar de acordo somente com parte da crítica: quando o discurso de alguém vem com as expressões “sempre”, “nunca”, “todos”, é preciso avaliar. “Você sempre deixa a luz ligada ao sair” quando você na verdade esqueceu vez ou outra, é estar de acordo com apenas parte da verdade. Nesse caso, citar provas do contrário e expressar como nos sentimos a respeito de ouvir isso é o comportamento socialmente adequado. No mais, pedir detalhes do que está sendo criticado: “O que realmente no meu comportamento chateou você? Quando? Onde? Por quê?”. A crítica deve ser feita ao comportamento da pessoa e não à pessoa em si e ser construtiva ao invés de destrutiva. Estando de acordo com a verdade, o pedido de desculpas e o comprometimento com a mudança podem ser referidos.


No entanto, quando há a tentativa de abordar a crítica de forma construtiva sem sucesso e a pessoa continua a nos atacar ou desrespeitar, avalia-se a possibilidade de adotar procedimentos defensivos. Trata-se de defesas verbais que tentam proteger o indivíduo, mas sem isolá-lo da comunicação. Se a comunicação/acusação injusta termina, finalizamos o uso do procedimento defensivo e retomamos a uma comunicação mais aberta.


Alguns procedimentos defensivos:


Ignorar seletivamente: consiste em atender – ou não atender – seletivamente a aspectos específicos do conteúdo da fala da outra pessoa. Por exemplo, não se responde às manifestações injustas ou ofensivas, somente às expressões que não sejam destrutivas, produtoras de culpa ou injustas.


Separar os temas: às vezes, durante uma interação, mais de um tema ou mensagem são apresentados juntos. Isso pode nos gerar confusão, ansiedade e até sentimento de culpa. Por exemplo: um amigo critica você pelo fato de não ter lhe emprestado o carro, sob a justificativa de que você deveria fazê-lo pelo simples fato de serem amigos. Nesse caso, é preciso deixar claro que a amizade não está associada à obrigação de emprestar o carro.


Desarmar a ira: quando uma pessoa vem nos criticar em tom de voz alterado e sendo agressiva, ignoramos a mensagem irada e nos recusamos a conversar naquele contexto. Não temos de responder aos insultos nem a outros temas colaterais. Responder impulsivamente usando-se do mesmo tom só vai causar mais danos ao relacionamento e piorar a situação. Nesse caso, devemos aguentar pacientemente as primeiras explosões de ira de nosso interlocutor e deixar claro que só voltaremos ao conteúdo quando ele estiver mais calmo: “Percebo que você está aborrecido, então, sugiro que se acalme e voltaremos a conversar depois disso”.


O enfrentamento de crítica faz parte de um programa de treinamento em habilidades sociais que pode ser realizado na terapia cognitivo-comportamental, através de reavaliação de crenças e percepções e ensaio comportamental.

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