As mudanças corporais ocorridas na puberdade exigem dos adolescentes um tempo para assimilação e aceitação da nova imagem corporal. No entanto, a necessidade de assumir um novo papel e ser aceito pelo grupo, além de um padrão estético de magreza imposto pela mídia ocasiona uma busca desenfreada por um corpo idealizado que, muitas vezes, são incompatíveis com suas características genéticas. Isso acaba por deixar as adolescentes mais vulneráveis ao aparecimento de transtornos alimentares.
A anorexia nervosa consiste na restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal inferior ao minimamente esperado para a adolescente naquela determinada idade. Há um medo intenso de ganhar peso ou engordar e uma perturbação no modo como o peso é percebido, havendo uma distorção da imagem corporal.
Já a bulimia nervosa é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar – ingestão de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período de tempo, em circunstâncias similares – seguidos por comportamentos compensatórios inapropriados de purga, como vômitos autoinduzidos, para evitar o ganho de peso. Ambos os transtornos têm uma incidência muito maior entre o sexo feminino.
Frente a uma prevalência cada vez maior entre o público adolescente, como os pais podem perceber os primeiros sinais de transtorno alimentar e buscar o tratamento adequado? É preciso estar atento ao discurso que remeta a uma disfunção do formato corporal, peso e alimentação. Na anorexia nervosa, as adolescentes apresentam uma distorção da imagem corporal (“por mais que me digam que estou bem, estou gorda!”) e pensamentos obsessivos em relação à magreza, atribuindo valor pessoal a esta (“quanto mais magra, mais as pessoas irão gostar de mim, mais competente eu serei”). Recusa a ingerir determinados alimentos vistos como “vilões”, isolamento social e humor depressivo também estão presentes. Muitas vezes estas adolescentes tiveram sobrepeso na infância e passaram a ser muito elogiadas quando conseguiram emagrecer, funcionando como uma espécie de reforço.
As adolescentes que apresentam bulimia nervosa apresentam o mesmo valor pessoal ao emagrecimento, e se dispõem a atingi-lo, sendo da forma que for – utilizando-se, assim, de comportamentos compensatórios, como vômitos, uso de laxantes e diuréticos e jejuns prolongados. A prática excessiva de exercícios físicos também tende a estar presente. Apresentam autoavaliação indevidamente influenciada pela forma física (“para que me aceitem no grupo é importante que eu seja magra” ou “as pessoas magras têm mais sucesso”), sintomas depressivos e ansiosos, baixa auto-estima e necessidade de controlar variáveis que envolvem seu peso.
Ao identificar o comportamento alimentar alterado, os pais devem buscar atendimento psicológico. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo outros profissionais da saúde, como médico e nutricionista.
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