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A Construção da Imagem Corporal | Psicóloga Maisa Lanzarin

Nossa percepção em relação ao formato corporal vai muito além da aparência em si. Isso nos auxilia na compreensão da distorção corporal que se apresenta nos transtornos alimentares.

Há 3 campos a serem considerados a fim de avaliar a concepção da imagem corporal:

  1. Campo perceptivo: é a percepção da própria aparência em si, envolvendo uma estimativa do tamanho e do peso corporal;

  2. Campo subjetivo: refere-se à satisfação com a aparência e o nível de preocupação e ansiedade com ela associada;

  3. Campo comportamental: focaliza as situações evitadas pelo indivíduo por experimentar desconforto associado à aparência corporal.

A percepção da imagem corporal é construída nas primeiras relações e vai se estruturando a partir das experiências. Os transtornos onde as crenças centrais disfuncionais e os comportamentos inadequados vão sendo solidamente instituídos. Uma das crenças distorcidas centrais é a que o valor pessoal está condicionado ao peso ou formato corporal e quando estes não estão a contento, o indivíduo acredita que nenhuma outra característica pessoal pode ser significante. Ignora ou desvaloriza as que estão fora dos parâmetros previamente estabelecidos. Para estes pacientes com distúrbios de imagem, ter o corpo idealizado seria garantia de competência, superioridade e sucesso.


Além disso, o reforço social é um processo ligado ao desenvolvimento de comportamentos, onde as pessoas internalizam atitudes e comportam-se mediante a aprovação dos outros. Assim, se a mídia em geral evidencia corpos magros acaba por influenciar as pessoas a buscarem este ideal de magreza para se sentirem pertencentes ao grupo social. Já se estiverem acima do peso, podem se sentir desconfortáveis, inadequados ou mesmo excluídos.


O pensamento pode ser dicotômico, o indivíduo pensa em extremos com relação à sua aparência ou é muito crítico em relação a ela, tendo como parâmetros comparativos padrões extremos; a atenção é seletiva, focaliza um aspecto da aparência, confirmando suas crenças, e ignora os outros; e erro cognitivo, o indivíduo acredita que os outros pensam como ele em relação à sua aparência. Há um erro cognitivo que distorce a forma corporal e a relaciona à amplitude do afeto que recebem das pessoas que lhes são importantes, mantendo uma dinâmica comportamental inadequada.

Fonte: Desenvolvimento e construção da imagem corporal na atualidade: um olhar cognitivo- comportamental. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, vol.6 nº2, jul-dez 2010.

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